Lembro bem da primeira vez que ouvi falar em taxa de rejeição e fiquei pensando: será que isso é quando a pessoa fecha o navegador? Quando troca de página do nada?
Até entender o que era taxa de rejeição (ou bounce rate, em inglês) foi um tempo e alguns cursos (incluindo, claro, o do Google Analytics).
Trabalhar com Inbound Marketing sem conhecer bem essa métrica pode não ser tão efetivo nas suas estratégias de conversão.
Produzir conteúdo, criar bons Calls To Action, ter relevância nos buscadores mas não medir e acompanhar a taxa de rejeição pode levar seus esforços por água abaixo.
Escrevi esse conteúdo pensando em você que quer entender se sua taxa de rejeição está boa ou ruim e separei algumas dicas para te ajudar a analisá-la.
Tem uma dica bônus ao final do artigo também, ok? Segue a leitura comigo e deixa um comentário ao final. 🙂
O que você vai encontrar nesse artigo:
O que é taxa de rejeição?
A taxa de rejeição é uma métrica do Google Analytics que analisa a quantidade de visitantes que acessaram uma página de um site e o abandonaram sem nenhuma interação, logo após o site carregar.
Ela é medida em um formato percentual. Ou seja, a taxa de rejeição poderá ser de 10%, 30% ou 99%. Quanto menor a taxa de rejeição, melhor (mas nem sempre). Vou falar disso mais à frente.
Alguns dos parâmetros que configuram a rejeição do visitante no site são:
- Fechar a aba ou página que estavam navegando;
- Clicar no botão “voltar” do navegador;
- Ir para um novo endereço digitando-o na barra de navegação;
- Ficar inativo por 30 minutos no padrão do Google Analytics).
Por si somente, “rejeição” é uma palavra que ninguém gosta de ouvir e talvez seja por isso que você esteja preocupado(a). No próximo tópico, vou te ensinar a entender se sua taxa de rejeição é boa ou ruim.
Como sei se minha taxa de rejeição é boa ou ruim?
Assim como as taxas de abertura e cliques em e-mail marketing tem uma média diferente conforme o segmento, na taxa de rejeição não é diferente.
Cada segmento tem uma expectativa de sucesso diferente do outro.
Se sua intenção é que o usuário leia o conteúdo da página de entrada e tenha um objetivo único de conversão (landing page, por exemplo) uma taxa de conversão por volta de 70% não é de todo ruim.
É claro que, mesmo sabendo do cenário e dos padrões encontrados você irá querer baixar a taxa ao menor patamar possível e, nesse caso, entra o trabalho de otimização.
Na lista abaixo, fonte de um estudo realizado pela QuickSprout, temos as médias registradas para cada tipo de site/segmento:
- Portais de notícias – 10 a 30%
- Sites de suporte ou FAQ – 10 a 30%
- Varejo (e-commerce) – 20 a 40%
- Oferta de serviços (com geração de leads) – 30 a 50%
- Sites de conteúdo – 40 a 60%
- Landing pages – 70 a 90%
- Blogs – 70 a 98%
Sim! Blogs podem ter até 98% de taxa de rejeição e ainda sim ela é considerada dentro da média.
No caso dos portais de notícias e varejo, basta avaliar seu próprio comportamento nesses sites: garanto que apenas a página de entrada nunca é suficiente para que sua navegação esteja completa, não é mesmo?
No caso das Landing Pages, eu mesmo já “sofri” com taxas de rejeição bem altas. Porém, nada que um trabalho de otimização não resolvesse. Se quiser saber mais, dá uma olhada neste artigo que ensina como melhorar o desempenho de landing pages.
A sonhada taxa de rejeição ideal
Beleza, agora você já sabe quais são as taxas de rejeição de cada segmento e quer entender como alcançar pelo menos a média da taxa de rejeição ideal para você.
Se você já leu outros conteúdos que escrevi, sabe que em todos eles tento trazer algumas coisas que podem te ajudar a resolver sua vida.
Separei algumas dicas para você alcançar a tão esperada taxa de rejeição ideal usando apenas o Google Analytics:
1)Avalie o comportamento do visitante
Básico. Se o seu visitante não está interagindo da forma como você espera, o primordial é entender o quê ele está fazendo no seu site. Isso vai te dar algum trabalho, mas garanto que irá ajudar muito.
Na home do Analytics, acesse no menu lateral esquerdo “Comportamento” e vá em “Visão geral”.
Esse é o resumão do comportamento dos visitantes no seu site.
Perceba que tempo médio na página, taxa de rejeição e porcentagem de saída são métricas de avaliação do comportamento e serão seus norteadores para iniciar a avaliação de resultados do seu site.
2)Veja quais são as páginas que desempenham melhor
Ainda no menu “Comportamento” vamos avaliar quais são as páginas do seu site que estão tendo o melhor desempenho em relação ao volume de acessos.
Vamos em “Conteúdo do site” > “Todas as páginas”.
Neste caso, a página que recebe mais acessos é a homepage, com um tempo médio na página superior à média geral do site e taxa de rejeição menor que a média. Como no exemplo estamos tratando de uma loja online, essas taxas estão de acordo com as do segmento.
A avaliação aqui é importante para entender se duas páginas com maior número de acessos estão ou não dentro da média. Se estiver muito alta, vale um trabalho de otimização.
3)User experience (UX)
Não apenas uma expressão da moda, UX é fundamental para que o seu visitante tenha conforto ao navegar pelo seu site.
Imagine que você esteja convidando alguém querido para ir à sua casa: você prefere que ela seja um ambiente agradável ou um ambiente desconfortável, onde seu convidado ficará facilmente incomodado?
O seu site é como se fosse sua casa. Se a usabilidade e a velocidade dele não forem satisfatórias, o seu visitante não pensará duas vezes antes de fechá-lo ou ir para outro site.
Apresento dois exemplos de usabilidade e velocidade aqui:
O primeiro é de usabilidade. A loja fantasia do Google não iria fazer feio, né?
Perceba que tudo é muito sutil, menu, imagem, ícones e botões agradáveis. Um belo exemplo a ser seguido. Seu site está pensando no usuário?
Se você não sabe, faça um teste.
Peça a algum amigo ou desconhecido que acesse o seu site e dê um feedback sobre o que ele vê. Isso irá trazer uma visão de fora, muitas vezes ajudando a ter insights que você não teve.
Agora, vamos falar de velocidade. Uma média aceitável de carregamento das páginas é de 3s-5s, dependendo do segmento. Vamos ver como está nossa loja fictícia?
4,52s. Está dentro do aceitável considerando a média trazida pelo próprio Google.
Veja a velocidade do seu site ainda em Comportamento, “Velocidade do site” > “Visão geral”.
4) Fluxo de comportamentos e origem do tráfego
Esse último exemplo é o mais completo e analítico de todos. O fluxo de comportamentos é uma ferramenta incrível do Google Analytics que permite identificar de forma simples as interações a partir da página de entrada e as saídas dos visitantes.
A seta vermelha mostra as porcentagens de saída da página. O caminho do visitante é definido pelas interações.
Então, a partir da página de entrada, o Analytics registra cada interação e para onde o visitante foi navegando até realizar uma conversão (ou Meta, no GA).
A ideia de utilizar essa ferramenta é justamente entender o fluxo que o visitante percorre no seu site e quais são as páginas com maiores taxas de desistências.
Assim, você pode otimizar essas páginas ou, até mesmo, ajustar o fluxo (substituindo uma página com alto volume de desistências por outra com menor volume, por exemplo).
Dica bônus: como melhorar a taxa de rejeição do seu site
Eu gosto muito de tentar entender ainda melhor o comportamento do visitante dentro do site. Além do Analytics, eu “caso” minhas análises com os insights valiosos do HotJar.
Uma das funções dele é a criação de heatmaps (mapa de calor, em português) que permite visualizar de fato quais foram as ações do visitante no site, por onde o cursor dele passou, percentual de scroll da página etc.
E não para por aí: o HotJar permite também fazer análises separadas por dispositivos (desktop, tablet ou mobile).
O usuário mobile têm necessidades diferentes de um usuário desktop e visualizar isso através de um heatmap traz uma visão mais assertiva de melhorias que podem ser feitas.
Uso aqui o exemplo de um parceiro da Conexorama, a CHC Advocacia. Recentemente fizemos um trabalho de mudança no copy dessa landing page e a ativei no HotJar para verificar qual seria o comportamento do visitante posterior à essa otimização.
Também já utilizei o HotJar para melhorar a taxa de conversão via mobile em uma landing page de outro parceiro nosso. Neste caso, a taxa de rejeição se aproximava dos 95% e era nítido que algo estava errado.
Avaliando o scroll da landing page, percebi que nenhum visitante mobile chegava ao formulário ao final dela. Ou seja, landing page muito extensa.
No caso da CHC, temos um bom aproveitamento em relação ao volume que chega ao final da landing page. Mas, se um dia perceber que algo está errado, a fórmula Google Analytics + HotJar entrará em campo novamente.
Bônus do bônus: ideias para melhorar a taxa de rejeição
- Chame seus visitantes para curtir suas redes sociais
É uma excelente forma de fidelizar seu público e torná-los fãs da sua marca. O site vende, as redes sociais convencem.
- Faça linkagens internas
Indique outras páginas do seu site para o seu visitante. Se por uma razão a página em que ele está não atraiu, uma segunda chance pode ser uma boa alternativa.
- Página de produto? Vá além
Vender é ótimo, oferecer conteúdo é fundamental. Ofereça subsídios que realcem a qualidade do que você está oferecendo.
- Barra lateral vazia não é legal
A lateral do seu site ou blog deve ter a oferta de um conteúdo irresistível. Se for para sair da página que seja para deixar o email dele com você através de uma conversão. O seu serviço se baseia em um cadastro? Ofereça-o na barra lateral.
- Melhore o seu conteúdo
Separe as páginas com menor tempo de permanência ou maior taxa de rejeição e as avalie criteriosamente. O que você pode melhorar nelas? Texto? Imagens? Legibilidade? Conteúdo extra? Algum desses itens com certeza fará sentido e valerá o trabalho de otimização.
Espero que esse conteúdo tenha ajudado você a entender melhor o que é a taxa de rejeição e como saber se ela está dentro do esperado.
Se curtiu o conteúdo ou quiser compartilhar com alguém, fique à vontade! Se ficou alguma dúvida, pode comentar aqui embaixo que terei prazer em respondê-lo. Até a próxima!
Olá, parabens pelo artigo!
Eu tenho um dúvida, quando eu tenho um linha de página (na visão das principais páginas acessadas) com uma taxa de rejeição entre 4 ou 10% (com um volume relativamente ok de views), seria um indicativo que tenho algum problema na contabilização dessa métrica?
Olá, Mariana!
Obrigado pelo seu comentário. 🙂
Na verdade uma taxa de rejeição baixa não quer dizer necessariamente que há um problema na contabilização da métrica. Lembrando que a taxa de rejeição é o quociente entre o total de visitantes únicos e as entradas totais (sessões) na página. Então, se o foco da sua página é uma conversão/ação, a taxa de rejeição será naturalmente mais baixa. Se a página em questão é um blogpost (leitura), ela será naturalmente mais alta.
Porém, não posso te garantir 100% que não é um problema de contabilização da métrica. Caso sua página não seja direcionada para ação ou conversão, eu indico que você dê uma olhada no geográfico do Analytics para verificar se não há bots realizando ações na página (normalmente eles vêm de um domínio russo).
Outro ponto que vale analisar é se a página em questão não tem mais de um código do Analytics/GTM instalado, pois isso pode comprometer a geração de dados no Analytics. Você consegue verificar isso facilmente com o Google Tag Assistant.
Se ficar mais alguma dúvida, estou à disposição. 🙂